Charlotte 600 virtuais da Racing 4Fun TV terá narração de Sérgio Lago
Estratégia de trazer narrador de corridas reais é mais um elemento para aumentar a simulação dos pilotos virtuais
A Charlotte 600 é apontada como uma das corridas mais importantes do automobilismo – isso é inegável. Com os simuladores cada vez mais próximos da realidade, o mundo virtual traz para uma maior parcela das pessoas a possibilidade de correr eventos desse porte. É pensando em gerar uma maior simulação do evento real que a Racing 4Fun TV não realiza somente a Charlotte 600 virtuais, como traz para a cabine de transmissão aquele que por muitos e muitos anos foi a voz da Nascar do Brasil. Estamos falando de Sérgio Lago, lendário narrador do Speed Channel.
Vale lembrar que as inscrições para a Charlotte 600 estão se esgotando e quem se registrar precisará dar 30 voltas consecutivas nos servidores de treino da Racing 4Fun TV sem nenhum tipo de incidente.
Dito isso, vamos à Sérgio Lago. Com anos de dedicação às narrações reais de Nascar, Lago retorna às cabines da Racing 4Fun TV após uma passagem em 2018. Com a experiência de quem acompanhou muitas provas in loco e aprendendo cada vez mais sobre o mundo virtual, batemos um papo sobre a expectativa do narrador para este grande evento. Confira!
– Como está a sua expectativa para voltar a narrar uma prova de AV?
Sérgio Lago: A expectativa é grande. Acho o AV muito legal, muito parecido mesmo com o real, e as experiências que tive até agora foram muito positivas, principalmente narrando campeonatos inteiros, em que você vê a evolução do piloto, os altos e baixos e também a personalidade de cada um na pista.
– Como é a preparação para narrar essa prova?
SL: A preparação, no meu caso, que não narro o AV numa base regular, é sempre um desafio. Procuro aprender o mais que puder sobre os pilotos e também sobre as características inerentes do AV, como o net code, por exemplo. A primeira vez que ouvi a expressão me perguntei, que bicho é esse? Agora, já consigo ter uma ideia razoável se o problema é o net code ou um contato real entre os pilotos.
– O que muda na preparação entre a Nascar real e a virtual?
SL: Nesse sentido, tirando o que falei na resposta anterior, é mais ou menos parecido. Na parte física você tem que estar bem e na mental é preciso esquecer o resto do mundo. Nas duas, quanto mais você souber sobre o que vai falar, melhor.
– Como você tem visto a evolução dos simuladores? Parece de verdade?
SL: Impressionante. Não é algo que eu tenha acompanhado dia a dia, mas até por isso mesmo, percebo os grandes saltos que foram dados. Se você tem um equipamento top, é como estar na pista. Não sei se já existe, mas só falta colocar o cheiro do combustível.
– Na sua experiência anterior, passo a admirar algum piloto virtual a ponto de destacar um favorito?
SL: Quer me colocar no fogo, né? Prefiro dizer o seguinte… o pouco que trabalhei com o automobilismo virtual me fez conhecer uma galera bem legal, pessoas do bem, que se unem em torno do esporte. E vejo que, de maneira geral, há uma solidariedade muito grande, tanto dentro das equipes como fora delas. Claro, há as rivalidades e também alguma rixa entre ligas diferentes. Mas acho isso normal. O ideal seria se não existisse, mas a vida é assim.
– Diante da sua experiência, quais dicas daria a um piloto que vai correr as 600 Milhas de Charlotte?
SL: Paciência, muita paciência, resistência e perseverança. É uma prova longa, em que muita coisa pode acontecer. E também, claro, estar bem fisicamente. A concentração deve ser total, o que às vezes pode ser difícil, pois talvez nem todos tenham o ambiente ideal. Mas tem que esquecer o resto, senão erros acabarão acontecendo.
– Você já deve ter narrado muitas Charlotte 600. Tem alguma em especial? Algum episódio que te marcou muito?
SL: Narrei a Charlotte 600 creio que 10 vezes. Teriam sido 11, mas uma vez fui convidado para assistir a Indy 500 e por isso não participei da transmissão da prova da NASCAR. A que me vem à mente com mais força foi a de 2014, quando pela última vez um piloto participou da Indy 500 e da Charlotte 600. Foi o Kurt Busch, que terminou em 6° na Indy e acabou com um motor estourado em Charlotte. Mas o evento foi cheio de expectativa. Jimmy Johnson, que é o recordista de vitórias na pista, com 8 triunfos, venceu ali sua quarta 600 Milhas e a penúltima no oval. A outra vitória dele foi na prova do segundo semestre.